Integração Entre Os Mundos

Integração Entre Os Mundos

*Integração Entre Os Mundos*

 

O

 

Livro

 

****************

Papel de Parede - O diabo e Jesus

 

 

A Maior Batalha De Espíritos Da História

 

Contada Por Um Dos Seus Principais Personagens

 

Amor & Ódio

 

Vida & Morte

 

Romance & Aventura

 

Você Nunca Leu Nada Igual Mesmo!

 

**********************************

Este Livro em Breve Estará Publicado No site:

www.clubedeautores.com.br

 

Dedico esse livro a todos os meus amigos, antigos e novos, vivos e mortos.

Dedico também a todos os meus familiares, vivos e idos, irmãos, irmãs, primos, primas, tios, tias, sobrinhos e sobrinhas.

Em especial para Cristiane Ramos do qual sou seu fantástico padrinho.

Em especial também, como não poderia deixar de ser, para a minha adorável e eterna mãe Zilda de Oliveira Ramos.

Um beijo a todos.

Eduardo Ramos

 

 Capitulo: 01

 

@@@@@@@@@@@@@.

 

INGLATERRA

 

  1. 400 D.C.

 

@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@

 

Paul Everton Jonathan caminhava lentamente em direção à cidade para fazer alguns negócios quando lembrou que havia esquecido uma parte dos documentos.

E cavalgando dentro da sua maravilhosa fazenda sentiu um ar esquisito e apressou seu lindo cavalo malhado, marrom e branco em direção a sua enorme casa.

A uns dez metros da entrada principal escutou muitos gritos, correu assustado e logo que abriu a porta viu a sua empregada que ele sempre teve como a sua segunda mãe, já que está morreu, morta, ensopada de sangue caída ao chão.

Mas ele não teve nem tempo de lamentar já que os gritos apavorados vinham do andar superior, desesperado subiu, ou melhor, voou sobre os trinta e dois degraus que o levavam até seu quarto.

E viu seu jovem e de confiança empregado que tinha vinte e seis anos, quase a sua idade, tentando estuprar a sua mulher, Dayse Grace Jonathan, que já sem forças ainda tentava lutar apenas vestida com suas roupas intimas.

Ela estava deitada de costas na cama e ele sentado em cima da sua barriga dava socos em seu rosto, e hora tentava segurar seus braços, hora tentava tirar a sua calcinha.

Quando escutou o barulho de passos apressados olhou para trás e viu Paul Everton com a espada em punho, rapidamente pulou da cama e correu até suas roupas que estava no chão para pegar a espada.

Pegou, mas ele sabia que jamais ganharia a luta, tal era a raiva que ele viu em seus olhos, e sua consciência pesada pelos atos bárbaros que cometeu o deixava sem razão, com medo e vergonha de pessoas que já o haviam ajudado muito na vida.

Paul Everton enlouquecido partiu para a luta, e o homem até que tentou se defender, mas logo sentiu a espada perfurando a sua barriga, soltou um gritou e implorou para que não o mata-se.

Mas foi em vão, era muito ódio, Paul Everton, homem honrado e exímio espadachim estava cego, e enfiou mais uma, mais outra, no peito, nos braços, nos olhos, até que em um osso do rosto a espada quebrou.

Ai o jovem Paul Everton acordou da loucura que se abatera sobre ele e abandonou o corpo morto, enrolado na cortina do quarto com os olhos cortados, cegos e esbugalhados, foi em direção a sua esposa que em estado de choque estava imóvel sentada na cama olhando a cena.

Ele sentou ao seu lado e a abraçou, e ela de repente voltando a si começou a chorar desesperadamente.

Depois que se recuperaram chamaram as autoridades, eles gozavam de grande prestigio não só entre os ricos como também entre os pobres, eram pessoas boas, diferentes de outras famílias tradicionais da Inglaterra, e o povo sabia disso.

E por fim, como não podia deixar de ser, o cavaleiro foi absolvido para alegria de todos, mas, a sua vida e a de sua mulher nunca mais foi à mesma.

 

Capitulo: 02

 

@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@

 

BRASIL 2000

 

MINHAS PRIMEIRAS MADRUGADAS

 

@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@

 

Moramos na Rua Dom Joaquim de Mello, na Mooca, uns vinte anos, eu minha mãe, minha avó, meu tio e meus cinco irmãos.

A casa foi construída pelo meu avô, passei lá toda a minha infância, aliás, uma infância muito feliz.

Quando eu estava na adolescência que comecei a passar minhas primeiras madrugadas acordado fui notando que naquela casa havia algo de estranho.

Ás vezes eu estava na sala e tinha a impressão de que estava sendo observado, era uma coisa que me deixava irritado.

Mas isso foi só o começo, com o passar do tempo comecei a escutar passos, houve uma vez que eu estava com um amigo conversando na cozinha, era de madrugada, ele em uma ponta da mesa e eu na outra, de costas para a porta de entrada.

E tinha também uma porta de tela verde, só essa estava fechada, e conversa vai e conversa vem, quando de repente escutamos passos de sapato masculino andando bem depressa em direção à porta da cozinha.

Meu amigo e eu demos um pulo da cadeira, meu amigo bateu no bule de café que estava em cima da pia e derramou tudo no chão, corremos os dois pra sala, eu olhei para ele e vi que estava branco, apavorado, esse gogó que a gente tem na garganta nele subia e descia, eu devia estar do mesmo jeito.

Ele só foi embora da minha casa quando meu irmão mais velho chegou e o levou, quando a gente estava contando pra ele um gato deu um miado tão alto que quase sai correndo os três.

Muitas outras coisas parecidas com essa aconteceram, mas teve uma que foi diferente, essa que eu vou contar agora foi á segunda vez que aconteceu e havia muito mais gente em casa.

Era um domingo dia das mães e estava tendo uma festa, era de tarde, mais ou menos umas duas ou três horas, fazíamos uma churrascada, ai, não me lembro bem quem, foi ao banheiro que ficava fora da casa, no quintal e percebeu que estava fechado e já fazia tempo.

Logo pensamos na minha avó que era idosa, chamamos e não ouve nenhuma resposta, olhei por debaixo da porta e vi algo no chão, quando acabei de falar um dos meus irmãos, o Ricardo, foi de encontro à porta e a arrombou.

Para a nossa surpresa, não havia ninguém lá dentro, e o que eu tinha visto no chão era uma calça que caiu de um cabide que ficava atrás da porta.

Teve gente que falou que a porta podia ter batido e fechada sozinha, os céticos né?

Porque isso era impossível, o vento não ia entrar por trás da porta, o trinco era daqueles que ficava encaixado entre dois ferrinhos.

Alguém podia pegar a porta e ficar batendo mil vezes que isso nunca iria acontecer, eu mesmo pra ver a possibilidade fiz algumas tentativas, e como já tinha acontecido comigo outros fatos dessa natureza, pra mim e para outras pessoas da família e um ou outro amigo, isso era fantasma e ponto final!

Obs. Minha avó estava no quarto dela e nem percebeu o que aconteceu. E essa história estava apenas no começo. Outro mundo eu via nascer diante de meus olhos fascinados.

 

 Capitulo 03

 

@@@@@@@@@@@@@@@@@@@

 

MORTE NÃO EXISTE

 

O QUE EXISTE MESMO É DEUS!

 

VIVENDO UM VERDADEIRO CONTO DE FADAS.

 

@@@@@@@@@@@@@@@@

 

Estava na cozinha à mesa tomando o café da madrugada, olhar perdido no nada, de repente um barulho em cima da pia me chama a atenção, olho e vejo um copo de plástico se mexendo completamente sozinho.

Levanto e saio correndo pra sala, já estava quase virando uma rotina, volto devagarzinho e coloco só a cabeça de novo para dentro da cozinha e extasiado vejo uma criança me olhando.

Ela estava no chão no meio da cozinha, era semitransparente, quase invisível, mas tinha um brilho incrível, eu não sabia o que fazer, ela estava de pé, era tão linda, tão linda, que não dava mais para ter medo, mas como agir?

Quando me encontrava no meio dessa dúvida, fiquei mais, sei lá, o que, ainda, como um flash de maquina fotográfica surgiu uma mulher de vestido colorido. Era um sonho em forma de gente, ou de fantasma como preferir, quando ela me encarou quase que eu desmaio, meu coração disparou, os seus olhos eram tão azuis, mas tão azuis, com tanto brilho que pareciam que iriam sugar os meus.

Ela ao contrário da criança, logicamente guardada ás devidas proporções estava mais parecida com os vivos.

E a cozinha se encheu de luzes, nesse momento eu não sabia mais se estava dormindo ou acordado, de repente era se como aquela casa antiga que eu morava tivesse virado um castelo encantado e eu um príncipe vivendo um verdadeiro conto de fadas, ela olhou para mim e me disse mentalmente em um tom angelical:

-Não tenha medo vim apenas pegar a minha filha, ela está muito travessa, agora vive me escapando, não é a primeira vez que a venho pega-la aqui, você já a tinha visto antes?

-Não, não tinha, é a primeira vez. Respondi também mentalmente para a minha surpresa.

-Era o que eu pensava, porque nas outras vezes nós não tínhamos ficado visíveis. Deu um sorriso lindo e falou:

-Ela gosta de você não é comum ela ir a um mesmo lugar mais de uma vez, mas aqui na sua casa ela já veio não sei quantas vezes, e sempre fica perto de você.

-A é, deve ser por isso então que de vez em quando eu sinto uma enorme energia positiva perto de mim.

-É no mundo em que vivemos todos os seres tem essa mesma energia positiva.

-Olha, você e ela podem vir aqui quantas vezes vocês quiserem, serão sempre bem vindas.

-Ah! Muito obrigada à gente vem sim, eu também gosto de ficar perto de você, você também têm uma ótima energia, bom, agora nós precisamos ir, tchau, até qualquer dia!

-Tchau! Tchau nenê um beijo! Hei, espere! Só mais uma coisa, como vocês se chamam?

-O meu nome é Carolina e o da minha filha é Beatriz, tchau!

-Tchau!

Meu Deus! O que, que é isso?! Não é possível! Eu acho que deve ser tudo imaginação minha, eu não vou contar pra ninguém!

Nem para a minha mãe! Se eu ficar com esses papos vão querer me internar.

Meu Deus! Que coisa mais fantástica! Que criança linda! Que mamãe maravilhosa! Então é verdade, se eu já acreditava agora é que não me resta mais dúvida nenhuma mesmo.

Que felicidade! Morte não existe! O que existe mesmo é Deus! Jesus a sua história é verdadeira!! Que bom! Que maravilha! Eu não morro! Minha mãe não morre! Meus irmãos, minha família!

Ninguém morre! Que grande emoção saber disso! Ter essa certeza!

Voltei pra minha cama e deitado de barriga para cima com o fato instalado em minha cabeça as lágrimas rolaram pelo meu rosto.

 

Capitulo: 04

 

@@@@@@@@

 

A MUDANÇA

 

@@@@@@@@@@@@@@@@

 

E o tempo foi passando e nada dela aparecer novamente, pensei que depois desse primeiro dia fosse vê-la sempre, mas estava enganado, pelo menos visivelmente nem ela e nem a criança eu vi mais, embora os passos e as coisas esquisitas continuassem acontecendo.

E para piorar a minha avó faleceu e como havia herdeiros foi necessário vender a casa, mas antes de nos mudarmos eu estava deitado na minha cama e senti o lado direito ir abaixando sozinho.

E um amigo meu, aquele mesmo que estava comigo na noite dos passos tinha uma avó que era cega e vidente, ai eu fui a casa dele e aproveitei para contar a ela.

Ela me disse:

- Não tenha medo, são amigos, parentes mortos que estão lhe fazendo uma visita. Fiquei arrepiado na hora, pois lembrei que a minha avó por causa da diabete tinha uma ferida na perna que não cicatrizava nunca.

E por conta disso doía e ela mancava, e quando ia dormir a primeira coisa que fazia era apoiar a mão esquerda no colchão antes de sentar e depois deitar na cama.

Bom, ai chegou outro dia triste, mudar da Mooca para a Vila Prudente, nada contra a Vila Prudente, mas na época havia muitas brigas, bairro contra bairro, essas besteiras, e o problema não era esse, ir para a Vila Prudente, mas sim problema para mim e minha família era sair da Mooca.

Qualquer lugar que a gente fosse fora da Mooca, seria uma droga.

Enfim fomos à vida é assim mesmo, muitas vezes ela nos leva a onde não desejamos ir, e depois notamos que o bicho não é tão feio quanto parecia ser.

A casa ficava na Rua Cananéia, uma casa boa, seminova, uma rua gostosa, garotas bonitas, gente simpática e o mais importante, pertinho da Mooca, eu me lembro muito bem e até acho engraçado hoje em dia.

Quando nós saímos da Mooca parecia que a gente tinha mudado de país. Logo após a mudança tive que ficar em casa ajudando a arrumar as coisas, e demorou se eu não me engano, uma semana para eu voltar pra Mooca e rever os amigos.

Nossa quase que me dá um treco fiquei na maior má vontade para ajudar a arrumar a casa, irritado, totalmente insuportável, aquela arrumação parecia que nunca mais iria terminar.

Tivemos problemas como todas as famílias têm, e a única coisa fantástica que me aconteceu foi eu estar dormindo e quando fui reparar eu estava em espírito sobrevoando a escada do fundo do quintal da casa, onde tinha um porão com uma mesa de pingue-pongue.

Eu me vi na entrada, na porta desse porão, e fui tomado por um grande e compreensível medo que fez com que eu voltasse imediatamente pra dentro do corpo.

Teve outras vezes também de eu estar deitado e sentir a minha cabeça, a minha mente saindo de mim, eu não fazia idéia o que era aquilo, só sei que eu sentia medo pensando que era uma doença.

Bom, ficamos morando nessa casa por dois anos e fantasmagoricamente não aconteceu nada de anormal.

Mudamos para uma casa no mesmo bairro, maior e mais bonita, e para lá fomos: eu, minha mãe e minha irmã, quatro irmãos casaram e o meu tio Roque foi morar na casa de outro parente.

 

Capitulo: 05

 

@@@@@@@@@@@@

 

O MAL ESTÁ SEMPRE A ESPREITA

 

@@@@@@@@@@@@@@@

 

Depois de tudo arrumado na nova casa, começamos a morar de verdade, um dia, não depois de muito tempo de estarmos na casa, eu estava no quarto e a minha irmã entrou e perguntou:

Eduardo você dorme direito nessa casa?

-Eu durmo por quê?

-Sei lá, eu sinto uma sensação estranha demoro a pegar no sono.

-Ééé, eu por enquanto não senti nada.

E a vida dentro da casa foi seguindo seu caminho, ás vezes torto, eu naquela vida de sempre, ia pra Mooca ereto e voltava envergado, de madrugada com o olhar estalado, dente trincado, dando bicuda nas saliências das calçadas.

Abrindo a porta sempre que possível bem devagar, ás vezes tinha algo extra que eu trazia da rua e ficava acordado até de manhã, havia noites que eu ficava escrevendo, outras eu ficava olhando de binóculo para os prédios, para as janelas dos apartamentos vendo os casais mostrando suas intimidades na maior naturalidade.

Havia um cara que quando via que eu estava olhando colocava a sua senhora em cima de uma cadeira ou de um sofá, sei lá, para que ela ficasse mais alta porque o andar era um dos últimos, assim eu podia ver a parte de baixo dela.

Ai quando ele tinha certeza que eu estava olhando, ele acendia a luz por cinco, dez segundos para eu ver o corpo da sua querida esposa, nu.

Aliás, isso começou na casa da Rua Cananéia, a janela do meu quarto dava para dois prédios, duas torres, como se diz, e de bobeira uma vez, bom de bobeira não, eu estava procurando alguma coisa, vendo seu eu via alguma moça na sua linda intimidade, quando algo me chamou a atenção, o que é? O que vem a ser?

Foi uma cena incrível, uma mulher se masturbava encostada no vidro, eu fiquei todo emocionado, ela pulava, subia e descia.

A princípio ela não me viu, mas quando notou a minha presença sumiu por uns tempos, mas depois voltou mais simpática, mais atrevida, muito mais ordinária.

O binóculo que eu tinha pra falar a verdade era muito bom, em resumo, chegou uma hora que haviam vários apartamentos envolvidos na brincadeira.

Era muito engraçado, eu mal saia na janela e as luzes de alguns apartamentos começavam a piscar, eu nunca conheci nenhuma dessas pessoas, eu sei o andar da mulher solitária, mas não vou falar, ela pode ainda morar lá, ética erótica sabe como é, nunca tentei me aproximar eu tinha receio que pudesse dar algum problema.

Voltando para a outra casa na Américo Vespuci, era isso então, eu nem ia tocar nesse assunto, aliás, pra mim isso já era assunto morto, mas de repente, de súbito, me deu uma vontade incontrolável de contar isso, por que será? Forças ocultas? Diabólicas?

Querendo colocar de volta na minha cabeça pensamentos obscenos que no momento da minha vida eu estou querendo eliminar?

Não, não se deve confiar, não se pode distrair, o mal está sempre à espreita, é só vacilar, vivemos cercados de coisas boas e coisas ruins.

Mas o mal só ficará perto da gente se nós dermos o alimento dele, ou seja, o pensamento ruim a malvadeza a inveja à mentira o consumo de drogas o álcool, ele nos cerca, mas vendo que não damos a ele aquilo que procura fica mais fácil ele ir embora, ele vai infelizmente procurar outra família, outra pessoa, outra turma.

 

 Capitulo: 06

 

@@@@@@@@@@@

 

CASA FANTASMA

 

@@@@@@@@@@@@@@@@

 

Estava deitado na cama pronto para dormir, não me lembro da hora, na casa havia três dormitórios, eu estava sozinho no sobrado. Deixei a luz da escada acesa e uma parte do corredor ficava iluminado.

Comecei a escutar um barulho no quarto do meio onde normalmente não dormia ninguém, minha mãe e minha irmã dormiam em outro que ficava no fim do corredor.

Esse do meio ficava para as visitas, geralmente os sobrinhos dormiam lá nos fins de semana, mal as crianças sabiam que era ali que ele gostava de ficar.

O barulho era de alguém mexendo em alguma coisa, por exemplo, aquelas irritantes sacolas de supermercados.

Eu escutava aquele ruído, mexe e mexe e mexe, e eu para ter certeza que não estava imaginando coisas pensava em tudo o que poderia ser, que nem: é um rato? Não! Uma barata? Não! Uma pulga? Não! Um vento? Não! Uma chuva? Não! É um fantasma? Ééééééééééééééééééé, aaaaaaaaaaaaaaaaa!!!!!!!!!!!!!!!!!

Brincadeira eu não tinha muito medo, pelo contrário, eu até queria ver, pensava assim, já faz tempo que eu não vejo nada de anormal, nos últimos tempos só tenho escutado falar no assunto, até que seria legal.

Então, naquele momento eu vislumbrava essa oportunidade, e sempre achei que ele nunca poderia me fazer algum mal, encostar, agarrar, por exemplo.

Afinal espírito não tem carne, textura. Ai ficava escutando... escutando... pegava no sono e tudo bem.

Mas com o passar do tempo ele foi ficando cada vez mais desinibido, ás vezes eram seis horas da manhã e eu escutava passos de chinelos andando pelo corredor como se estivesse indo em direção ao banheiro.

Teve um dia que eu e a minha mãe levantamos correndo da cama, ela do quarto dela e eu do meu, escutamos um barulho tão forte na maçaneta da porta de entrada da casa que era de alumínio que pensamos que alguém tinha ou estava tentando arrombar a porta.

Quando fomos olhar vimos que não era nada, o corrimão da escada que também era de alumínio era outro alvo dele. E ali ele também batia com força.

Até então pensávamos que ele não queria que a gente morasse naquela casa, que era alguém que lá tinha vivido e morrido.

Ás vezes eu estava na rua e quando pensava em ir pra casa me dava um negocio esquisito, tipo uma mine angustia, uma vontade de não ir, uma sensação assim, um pouco triste.

E infelizmente o pior ainda estava por vir, infelizmente por um lado, mas, por outro, eu ficava pensando, que fantástico!

Que extraordinário! Realmente existe fantasma, vida após a morte. Em outra noite estava eu a minha mãe e a minha irmã, eu resolvi dormir ao contrario na cama, ou seja, a cabeça em baixo e os pés em cima, porque estava me doendo ás costas e eu achava que era o colchão que estava ruim.

Minha mãe foi dormir, saiu do meu quarto e eu pedi para que ela apagasse a luz e deixasse a do corredor acesa, minha irmã já tinha ido deitar, deitei de barriga pra cima e coloquei o cinzeiro em cima dela e acendi um cigarro.

Quando acabou coloquei o cinzeiro em baixo da cama, coloquei as mãos atrás apoiando a cabeça e fiquei ali pensando na vida.

Quando de repente algo passou raspando em meus braços, pulei da cama que nem um gato chamei a minha mãe contei a ela e pedi que benzesse o quarto.

Ai, então, eu percebi que estava enganado, ele podia encostar mim, me agarrar se quisesse, e a partir daí as minhas noites nunca mais foram às mesmas, descobri através de informações que eu estava sendo obsediado, ou seja, um espírito estava a fim de me perturbar, de atrapalhar a minha vida.

 

 Capitulo: 07

 

@@@@@@@@@@@@@@@@@

 

O INFERNO DENTRO DA CASA

 

@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@

 

Quando estava sozinho não dormia mais no meu quarto, na parte de cima da casa, ia pra sala dormir no sofá e deixava a televisão ligada até quase estar pegando no sono, enquanto isso ficava escutando os barulhos.

Ás vezes acima de mim, dentro do quarto da minha mãe, abaixava a televisão e ficava concentrado em escutar, que tanto mexia o que procurava se é que procurava alguma coisa.

Eu tinha um gato que morreu atropelado, sonho que ele está em cima do aparelho de som, levanto e vou até ele, coloco as minhas mãos para fazer um carinho em seu pescoço, uma de cada lado, e ele coloca uma pata em cima do meu pulso esquerdo e a outra no meu pulso direito retribuindo.

Só que nessa hora eu sinto alguém chegando por trás, encostando o peito em minhas costas, e segurando meus pulsos aparecem dois braços vestidos de camisa de pijama, amarelo e marrom, listrado na vertical, que era idêntico a uma calça que eu usava quando era moleque, e que na época estava na moda.

Nesse gesto dele segurar os meus pulsos, pude ver até a cor meio bronzeada da sua pele, porque a camisa que era de manga cumprida subiu.

Quando quis me virar ele não deixou, me desespero, nesse instante, imediatamente volto para o sofá, ai já não era mais sonho, quero me soltar e não consigo, não consigo virar meu rosto para nenhum lado.

Começo a abrir os olhos e vejo do meu lado direito, no meu olho direito uma sombra escura, mais escura que a escuridão da sala, eu deitado sendo agarrado nos meus pulsos por duas mãos que vinham por de trás da minha cabeça, consigo soltar uma das mãos e tento pegar uma almofada verde que está no sofá ao lado.

Mas minha mão passa por dentro dela, [era só meu espírito] ai eu consigo falar e xingo:

- Filho da Puta!

Consigo me soltar completamente, levanto e acendo todas as luzes da casa, ligo a televisão novamente e esta passando um filme que nem dei importância, deito de novo e fico olhando para a televisão, de repente um barulho, um tic, como alguém empurrando com as pernas o braço do sofá que está ao meu lado, deu até pra imaginar, ele ali, de pé, me olhando.

Dou outro pulo, fico andando pela casa rezando e fumando ansiosamente, esperando o dia amanhecer, só volto a deitar de novo e a dormir lá por volta das sete horas da manhã.

Tirando um detalhe aqui, outra ali, essa experiência se repetiu outras vezes, eu vivia nervoso, estava ficando abalado, prevendo que se isso continuasse a acontecer eu iria ficar louco.

Nenhum ser humano consegue suportar isso, viver assim, é uma luta desigual entre o bem e o mal, que nesse caso ainda era invisível, que quando você consegue toca-lo, ou mais precisamente é tocado por ele, sente um asco, uma depressão, uma angustia, a gente sente que está tendo um contato direto com o mal, com a energia negativa viva, ali, perto de você.

Nessa hora é que se percebe o quanto estar do lado de Deus é bom, o quanto é sagrado o Nosso Senhor Jesus Cristo.

Infelizmente ás vezes é preciso acontecer certas coisas em nossas vidas para prestarmos mais atenção Nele, para começarmos a rezar com frequência, cotidianamente.

Pelo menos comigo foi assim.

 

Capitulo: 08

 

@@@@@@@@@@@@

 

MOOCA O RETORNO

 

@@@@@@@@@@@@@@@@@

 

E o milagre para mim e minha família aconteceu, depois de três anos, três anos e meio, voltamos para a Mooca e fomos morar na mesma casa, numa dessas sensacionais voltas que a vida da compramos ela de volta.

Não é preciso nem dizer à felicidade que eu e nós ficamos.

Achei que mudando de casa tudo iria parar, os agarrões pelo menos, já que o passado daquela casa também era suspeito, ledo engano, com o passar do tempo ás coisas voltaram ao normal, ou ao anormal, os mesmos barulhos, a mesma energia negativa, os mesmos agarrões durante a noite.

Eu não tive outra saída a não ser ir procurar um centro espírita, alias, depois de a minha família insistir muito, não passava pela minha cabeça ficar indo nesses lugares, mas como também eu já estava desesperado, fui.

Não era desses de umbanda tradicional, era do Alan Kardec & Chico Xavier, entrei em uma sala, tomei um passe e fui fazer uma entrevista, como eles falavam, ai contei tudo para uma senhora de óculos, e ela me disse o que eu não queria escutar, disse que eu tinha mediunidade e que eu tinha que desenvolver.

Meu mundo caiu. Argumentei que se fosse assim, só eu iria escutar, e não era assim, toda a minha família escutava, mas de nada valeram meus argumentos, ela disse que eles não eram agarrados e eu sim, que eu tinha que fazer um tratamento de desobsessão, eu falei tudo bem, que remédio né?

Peguei uma ficha com um número e fiquei aguardando mais de meia hora até que me chamaram.

Eu entrei em uma sala e havia varias cadeiras formando um circulo, todas elas ocupadas a não ser a que ficava no meio que foi reservada para mim.

Nas primeiras vezes desciam algumas entidades que conversavam comigo, depois me pediam para eu sair da sala e esperar.

Do lado de fora eu escutava gente falando alto, meio chorando, ficava morrendo de curiosidade, mas eles não me falavam o que era, vinha uma pessoa que me dizia algumas particularidades, me mandava ler bastante o Evangelho Segundo o Espiritismo, e só.

Até que um dia quando eu estava para ir embora, eu vi uma mulher conversando baixinho com outra e olhando pra mim.

Fizeram um sinal para eu me aproximar, estávamos no quintal do centro espírita, ai me perguntaram se eu não queria assistir até o fim a sessão, e que não era todo mundo que eles deixavam e que eu tinha que ficar com a mente limpa, não pensar em maldades, nem xingar, discutir, essas coisas.

Falei que tudo bem, então ficou combinado que na próxima vez eu iria assistir.

E a próxima vez chegou.

O mesmo ritual de sempre, entrei no circulo, só que ao invés de sair me mandaram sentar em uma cadeira estrategicamente colocada fora da roda.

Ai eu fui entendendo como funcionava, quando eu saia do circulo, o espírito que estava comigo ficava preso, entrava em uma das pessoas da roda, ai foi um, Deus nos acuda, era um cara, a doutrinadora que ficava em pé e era encarregada de conversar com ele ficou pedindo para ele me deixar, e ele dizia em voz alta:

-O que? Deixar ele? Vou deixar nada! Se eu for embora ele vai junto comigo! Levo esse desgraçado para o inferno!

A coisa foi ficando tão feia que pediram para que eu saísse e fiquei em outra sala, alias chamava-se câmara de passe, até que veio uma mulher e perguntou se eu estava bem, eu disse que sim.

-Então, Eduardo, continue lendo bastante o Evangelho que nós faremos o resto, e continue vindo aqui para terminamos o tratamento, procure não faltar nenhum dia.

- E ele? Perguntei.

- No momento foi embora, mas do jeito que ele está não sabemos até quando.

-Tá bom, tchau!

-Tchau Eduardo.

 

Capitulo: 09

 

@@@@@@@@@@@@@@

 

VOU REZAR QUE EU GANHO MAIS

 

@@@@@@@@@@@@@@@@@

 

Mesmo indo ao centro havia algo que eu sentia que estava faltando na minha vida, fiquei me lembrando da Carolina e da Beatriz, agora de novo dentro da mesma cozinha a recordação delas era inevitável.

O que será que ele quer comigo? Porque que com as outras pessoas isso não acontece? Se é que não acontece, talvez aconteça, eu é que não sei, e elas também com medo de os outros não acreditarem, não comentam, será que eu tenho mediunidade mesmo?

Cada coisa que acontece na vida da gente, até que eu estou gostando de ir lá ao centro, agora ele me atrai, me sinto bem com as pessoas.

São pessoas legais cada qual com seus problemas, cada qual com seu dom, clarividência auditiva, premonição, intuição, dom da paciência com os outros.

Dom de sempre estarem dispostos a ajudar os que estão com problemas maiores.

É bonito, estou pensando em estudar essas coisas, me aprofundar, poder um dia também vir a ajudar, pessoas que precisam não faltam, aliás, eu sou uma, me ajudam nada mais justo que eu retribuir.

Pensar, Pensar e pensar é o que eu ando fazendo, preciso fazer isso, preciso chegar a alguma conclusão, se é que existe alguma conclusão a se chegar.

Bem que poderia aparecer de novo aquela criança e sua mãe, elas eram tão lindas, do jeito que ela, a mãe era legal cheia de luz, nesse momento ia me ajudar muito.

Tenho certeza que aconteceu que não foi um sonho, ela falou pra mim que ia voltar por que será que não voltou?

Será que ela veio aqui e não me encontrou porque eu tinha mudado?

Quem sabe, talvez tenha sido isso mesmo, sei lá, o negocio é eu ir tocando a minha vida e deixar ás coisas acontecerem normalmente,

torcer para que esse ser, esse amiguinho perdido como dizem lá no centro me deixe de lado e vá ao encontro de Deus.

Tenho que rezar para que isso aconteça e não ficar com raiva dele, não ficar desejando o mal dele, isso só fará com que ele fique com mais raiva de mim ainda, e se isso acontecer, eu tô ferrado, nunca mais ele vai desgrudar de mim, vai com certeza querer me enlouquecer e se eu vacilar ele me enlouquece mesmo.

Vou até parar de pensar nisso para não atrai-lo, lá no centro eles dizem que a comunicação é toda feita assim, mentalmente.

Vou rezar que eu ganho mais.

Preciso me livrar disso se não minha vida não vai andar, vou caminhar, caminhar e nunca vou chegar a lugar nenhum, ele não vai deixar, vai estar sempre me atrapalhando.

Eu prezo muito á minha tranquilidade minha paz de espírito, meu sorriso, minhas gargalhadas, eu não posso perder isso, isso não tem preço.

Vou fazer de tudo para não me tornar um ser angustiado, depressivo e triste, como ele vem conseguindo fazer eu me sentir.

Deus do céu me livre desse mal, não deixe que ele faça coisas ruins, nem comigo nem com a minha família, como esses acidentes de automóveis que aconteceram quase que simultaneamente com a minha irmã.

Por favor, Senhor. Olhai por nós.

 

Capitulo 10

 

@@@@@@@@

 

A SURPRESA

 

@@@@@@@@@@@@@@@

 

Já estou perdendo as esperanças ela nunca mais vai voltar, não estou aguentando mais ficar de madrugada esperando que ela venha. Hoje vai ser a última noite.

Afinal já estou me sentindo meio ridículo, sentado nessa cadeira da cozinha todo dia, debruçado na mesa, concentrado, rezando para que ela apareça, não pela reza, mas pela situação, está começando a me dar á impressão que isso é coisa de xarope.

Espera um pouco, o que é isso? Não é por nada não, mas eu acho que eu vi a cortina da janela da cozinha se mexendo, não, acho que é sono, que horas são? Nossa, três e quinze, deve ser sono mesmo, olha de novo!

Levanto e fico com o corpo na sala e a cabeça na cozinha mais uma vez, como eu já havia feito em passado recente, só espiando, de repente um copo de cima da pia tomba, um prato anda, uma colher fica de pé, e um garfo voa para o chão.

Estava pronto para correr quando algo começa a aparecer, uma luz começa a tomar forma, Beatriz! É ela! É ela! Penso eu com enorme alegria e o meu coração em disparada.

E era mesmo, foi tomando forma, tomando forma até que surgiu inteiramente maravilhosa no chão da cozinha com o garfo na mão.

Olhando pra mim e sorrindo, sorrindo aquele sorriso de criança de cinco anos de pura travessura, me refiz da surpresa e perguntei a ela:

- Oi Beatriz, como vai?

- Vou bem. Respondeu mentalmente.

-Está sozinha? E a sua mãe?

Ela apenas apontou o dedo em direção á porta da entrada da cozinha que estava fechada.

-Não estou vendo nada, ela olhou pra mim, sorriu e voltou a olhar para a porta, olhei de novo e uma luz clara começou a tomar conta daquele metro quadrado.

E foi crescendo, crescendo, e eis que surgi á mãe, eis que surgi Carolina, fantasticamente linda, vestida toda de branco com aquele sorriso de emocionar até o capeta, me encarou com aqueles lindos olhos azuis e perguntou:

-Oi, como vai Eduardo?

-Vou bem Carolina, bom, para falar a verdade até esse momento eu estava um pouco triste, porque achava que você nunca mais iria aparecer, mas agora, pode ter certeza eu estou muito feliz.

Desde que me mudei para essa casa de novo não paro de pensar em você, e na verdade nunca esqueci nem de você nem da Beatriz, mas ultimamente andam acontecendo coisas comigo que fizeram com que pensasse mais ainda.

-Eu sei Eduardo, mas alguns problemas fizeram com que eu não aparecesse, apesar de que sem você saber eu sempre estive ao seu lado.

- Jura Carolina?

-Juro Eduardo, quando você se mudou eu fui ver você na nova casa. Eu e a Beatriz, nas duas casas, aliás.

-Então você sabe de tudo que está acontecendo comigo?

-Sei, tentei ajudar você, até ajudei um pouco, mas não foi o suficiente para evitar que você deixasse de passar o que você está passando, ai aconteceu uns problemas e eu tive que me afastar, mas tudo bem, agora eu estou aqui presente para poder ajudar um pouco mais.

-Que bom Carolina! Tenho certeza que agora tudo vai melhorar você não sabe o quanto eu sonhei com isso, ver você de novo era tudo o que queria.

-Claro que eu sei Eduardo, escutei todos os seus apelos, mas infelizmente naquele momento era impossível atendê-lo.

 

 Capitulo: 11

 

@@@@@@@@@@@@

 

A AURA

 

COMEÇANDO A VIVER NA REALIDADE

 

UMA GRANDE FANTÁSIA

 

@@@@@@@@@@@@@@@@@@@

 

A partir daí nos víamos praticamente todos os dias, eu fingia que ia dormir e quando chegava perto das duas da manhã já estava sentado na cadeira da cozinha esperando por elas, que não tardavam a chegar e sentarem-se a mesa também.

Foram madrugadas inesquecíveis, ficávamos conversando às vezes meia hora, uma hora, só que agora elas falavam como pessoas normais, todas as noites eu vivia o sonho maravilhoso de estar com elas, eu me sentia meio bobo, ás vezes uma criança.

Junto delas eu me sentia pequeno, assim como um ser inferior, tal era a energia positiva, o alto astral que elas possuíam, eram espíritos cheios de luz, ao redor das duas, havia uma quantidade enorme de cores, uma mais linda que a outra.

Conforme os assuntos que a gente conversava as cores iam mudando, trocando de lugar, Carolina, perguntei: eu também tenho essas cores que vocês têm?

-Claro Eduardo são as cores da sua aura, todos os seres encarnados ou desencarnados possuem, só que alguns têm cores horríveis, ou, melhor, cores com tons horríveis.

-E as minhas Carolina, como são as cores da minha aura? São cores boas?

-As cores não são as mesmas todos os dias, um dia elas podem estar azul, branca, marrom no outro podem estar amarela, verde, vermelha, às vezes muitas cores misturadas, e as suas cores são boas.

Principalmente quando estamos conversando, elas, por exemplo, nesse momento estão lindas, você está vendo a nossa, não está?

- Estou.

- Então, a sua está com as mesmas cores.

- Jura Carolina, então estão lindas mesmo. Sorrimos.

- Porque que em vocês eu vejo e nas outras pessoas não?

- Porque nós deixamos que você veja por estarmos felizes em estar aqui com você, e os espíritos quando estão felizes, como um pavão abrem suas cores.

- É! Mas um pavão faz isso para conquistar uma parceira.

- É então quem sabe não estamos aqui querendo conquistar você.

Nos olhamos bem dentro dos olhos e eu senti um grande amor correr dentro de mim, sorrimos um pro outro e ficamos assim nos vendo, nos admirando, nos passando uma energia positiva enorme durante maravilhosos segundos.

 E desviando timidamente o seu olhar do meu ela disse:

- E a respeito do porque você não vê a aura nas outras pessoas.

- Já sei, é que elas não ficam tão felizes quanto vocês em estarem comigo, Aháháháh.

- Nada disso Eduardo, Aháháhá.

-Elas podem até estarem felizes junto com você, só que você não tem o dom de ver.

- Que pena, seria lindo ver a aura de todas as pessoas.

-Bom, você pode não ver, mas pode sentir a energia de todas as pessoas, não pode?

-Posso isso eu posso.

-Então, isso é um dom que você tem, tem gente que não tem, tem gente que pode ver a aura das outras pessoas, mas não pode sentir suas energias com a mesma intensidade que você ás senti.

-Tem outra coisa também Carolina, qual é o ser da face da terra que tem o dom da sorte que nem eu de ter como companhia pela madrugada á dentro às duas garotas do além mais lindas de todo o universo? Não é verdade Beatriz, vocês não são as garotas mais lindas do universo?

Ela voando perto do teto da cozinha olhou para mim e disse: é verdade, nós, a vó, e o vô.

- É mesmo! Sua avó e seu avô também são lindos?

Confirmando com a cabeça, voou em alta velocidade em círculos pela cozinha. Carolina sorrindo disse:

-Para Beatriz!

-Deixa ela se divertir, como ela é linda, né, Carolina, linda e inteligente. Quantos anos você tem Carolina?

-Eu? Tenho vinte e cinco e a Beatriz cinco.

-Temos a mesma idade então.

 -Sabe, quando vocês estão aqui comigo eu pareço estar dentro de um sonho, e mesmo quando vocês vão embora ele não acaba eu vou indo dormir tão feliz, tão feliz que me dá até medo essa felicidade, você sabe que...

- Eduardo!!!!

- Aaaaaaaaiii, que susto Mãe!!!! Que foi?!

-Você tá ficando louco é?! Falando sozinho de madrugada! O que você está fazendo acordado á essa hora?

Levantei da cadeira e disse:

-Eu estava acordado na cama, escutei um barulho no quintal e fui olhar.

- Ai você ficou falando com ele.

- Ele quem?

- O barulho, você ficou falando com o barulho.

- Mas que fiquei falando com o barulho o que mãe!

-Vê se você vai dormir vai, você está com cara de sem vergonha.

- Tá bom mãe, vai indo que eu já vou.

- Nada disso. Vai na frente que eu vou ferver um pouco de leite que eu estou com dor de estômago.

-Tá bom tchau.

- Tchau, até daqui a pouco.

Fui andando pela sala escura devagar em direção ao meu quarto pisando bem de mansinho para não acordar a minha irmã, morrendo de vontade de dar risada, e de repente uma voz de mulher saiu do nada e disse baixinho em meu ouvido:

- Tchau! Cara de sem vergonha.

-Ai, eu não aguentei comecei a rir e não conseguia mais parar, tentava com a mão abafar o som, mas foi inútil, fui andando mais depressa para chegar logo na minha cama, assim que cheguei me joguei de barriga para baixo e encostei a boca no travesseiro, um dos meus irmãos que passava uns dias em casa porque havia brigado com a mulher falou:

-Porra meu! Tá ficando xarope?!

Falando isso ele se virou de lado e cobriu toda a cabeça com o cobertor, demorou um pouquinho, mas para meu alivio o acesso de riso foi passando, passando, fui relembrando dos momentos deliciosos que tive com a Carolina e sua filha, e o sono veio vindo.

Veio vindo e eu fui pegando no sono, pegando no sono, me sentindo o homem mais feliz do planeta terra. Até que dormi.

 

 Capitulo: 12

 

@@@@@@@@@@@@

 

BARZINHOS DA VIDA

 

@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@

 

A partir desse dia começou a ficar cada vez mais difícil a gente se encontrar em casa de madrugada.

Eu não podia levantar da cama para ir tomar água e demorar um pouco que a minha mãe vinha atrás.

Um dia á tarde eu estava sozinho em casa e apareceu a Carolina e a Beatriz, e nós conversamos:

- Carolina não dá mais, está impossível a gente conversar.

- É eu sei Eduardo tem alguma ideia?

Como já estávamos bem íntimos resolvi lhe provocar.

-Bom, eu estive pensando, a gente pode se encontrar em algum barzinho.

- Como assim Eduardo?! Como é que a gente vai fazer isso?

- Ué, se você quiser você não fica visível só para mim?

- Tudo bem e daí?

- E daí, e daí, e daí que a gente entra no bar, escolhe sempre uma mesa ou cadeira que fique encostada na parede, e ai eu fico de costas para que as pessoas não vejam minha boca se mexendo, eeee! A gente também pode conversar mentalmente, não pode?

-Pode claro que pode.

-Então Carolina, problema resolvido, a partir de hoje nós nos encontraremos nos barzinhos da vida!

-Que barzinhos da vida o que Eduardo! Eu não posso ficar indo a qualquer lugar, você esqueceu que eu sou de outro mundo?

-Lógico que não Carol, pra mim você é de outro mundo mesmo, é linda, maravilhosa, não existe mulher mais bonita do que você.

-Você sabe que não é nada disso que eu estou falando!

-Tá bom, tá bom, não fique nervosa, vamos fazer o seguinte nós só iremos a lugares de família, restaurantes, lanchonetes, padarias, açougues, aháháh, tudo bem?

-Tudo bem, assim está melhor, mas vou pensar! Você me deixa chateada Eduardo quando fala essas coisas de barzinhos.

- Mas é um assunto normal aqui na terra.

-Normal pra você, tem um monte de gente aqui da terra mesmo que não fica indo a barzinhos da vida como você diz, lugares cheios de bebidas alcoólicas, jogos e etc.

-Eu vou lhe falar a verdade, sabe por que eu falei isso?

-Não.

-Eu falei isso porque eu sabia que você ia ficar irritada, nervosa, e eu queria ver como sua aura iria ficar, e as cores da sua aura ficaram todas agitadas passando de um lado para o outro, foi muito legal! Muito louco!

-A é, é legal é? Muito louco? Então as suas cores vão ficar do mesmo jeito! Tchau! Vamos Beatriz!

-Não faz isso! Não faz isso! Ai que ódio!!!! Carolina! Carolina!!! Você também é um idiota mesmo!

 

 Capitulo: 13

 

@@@@@@@@@@@@

 

MEDO

 

@@@@@@@@@@@@@@@

 

Ela estava um bom tempo sem aparecer me deixando sensivelmente desesperado, mentalmente eu implorava, rezava que nem um beato e ela nada, até que desisti de rezar para ela voltar.

Não ficava mais acordado até tarde até porque minha mãe ainda estava de olho em mim, só rezava para, Deus ou então, Jesus Cristo para que Eles me ajudassem a livrar-me do mal, das sombras escuras que começavam a aparecer com toda a intensidade.

E deitado na parte de baixo do beliche, no quarto escuro eu mantinha um abajur ligado com uma luz azul bem fraquinha, e ficava com os olhos abertos reparando nos vultos.

O abajur ás vezes era encoberto por uma sombra, no teto elas passeavam pra lá e pra cá, ao mesmo tempo em que eu tinha um pouco de medo, também havia aquela velha curiosidade de ver algo extraordinário acontecer.

Ver um rosto sei lá, qualquer coisa, qualquer coisa que me provasse também cada dia mais que a Carolina e a Beatriz não era fruto de uma loucura, de uma doença mental, tipo esquizofrenia, por exemplo, por mais certeza que eu tinha que não era, mas vai saber!

Quando ela estava presente eu não tinha dúvidas, mas quando ela sumia que nem naquele momento esse medo sempre se abatia sobre mim.

Não só medo por Carolina e Beatriz serem somente fruto de uma mente doente, como por tudo relacionado ao mundo espiritual, o que me deixaria extremamente frustrado, e medo também de ter uma doença grave como essa.

Teve uma noite que eu estava quase dormindo quando o beliche começou a balançar, arregalei os olhos e vi quatro pernas cinza aparecerem de repente e ficarem paradas ao lado da cama.

Eu só os via da cintura para baixo, os joelhos virados para mim.

Eram dois homens que sumiram com a mesma rapidez que apareceram, eu tinha medo, mas era um medo contido, não era aquele medo desesperado que me fizesse levantar da cama e sair correndo como as primeiras vezes na Mooca e na sala de casa na Vila Prudente.

Bom, pelo menos dessa vez foi assim, apenas fiquei rezando vários Pais Nosso, e várias Aves Maria. Virei de lado e dormi.

Dormi e tive um sonho, um sonho muito confuso, aqueles que a gente vai se lembrando de pequenas imagens e elas desaparecem, e a gente se esforça para lembrar porque percebe que foi ou um sonho legal, ou um sonho meio pesado, carregado, mas que continha alguma coisa que a gente queria saber o que era e irritantemente ele não vem á tona.

Esse meu sonho foi assim, o que eu queria saber era se ele tinha alguma relação com o que estava acontecendo na minha vida e se ele me dizia alguma coisa sobre isso.

Estava na verdade querendo saber se a Carolina não estava me mandado algum recado, por fim, não consegui lembrar de porcaria nenhuma.

Levantei da cama umas dez horas e fui ao banheiro fazer xixi, escovei os dentes, tomei café com leite pão e manteiga.

Acabei, acendi um cigarro, peguei uma revista e fui ao banheiro fazer ´tôtô´ como todo ser humano faz, me limpei, dei a descarga, lavei a mão, escovei os dentes de novo no meio daquele cheiro horrível me troquei e fui pra rua todo desempregado encontrar com meus amigos e contar as últimas novidades noturnas.

Mas só para aqueles que eu sabia que acreditavam em fantasmas.

 

Capitulo: 14

 

@@@@@@@@@@@@@@@@@@@

 

HOMENAGEM AOS AMIGOS FAVORITOS

 

@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@

 

E a noite chega ao bairro da Mooca, eu e meus amigos estamos pra por em pratica o que havíamos combinado durante todo o dia.

Em uma rápida vaquinha já pré-estabelecida atingimos a quantidade sonhada, um vai e compra cinco gramas de cocaína com o comerciante mais confiável, o Jocabelins, um amigo, que como nós começou cheirando e depois começou a vender.

Ele vende no peso certo e não sarrolha, ou seja, não coloca mistura, penso em não ir, mas só penso: besteira, piada, palhaçada do meu cérebro, da minha cabeça.

Porque, imagina, acha que depois de ficar o dia inteiro esperando por esse momento, mais os eternos quinze minutos que ele normalmente demora pra trazer, eu vou desistir? E, já, já ele tá chegando. Oba!

A ansiedade era tanta nessa hora que á cada dois minutos a gente perguntava um pro outro se ele não estava demorando muito.

Ficávamos torcendo para ele não ter sido preso, atropelado, assaltado, sequestrado, ter tido no caminho até onde está à droga uma morte súbita inexplicável.

Como tem louco nas esquinas, impressionante!

Chegou, fomos para a minha casa já que a minha família não estava, ela vivia viajando, sorte minha também, porque na maioria das vezes eu não tinha muito dinheiro para colaborar, colaborava com a casa, já era uma grande coisa.

E lá ia a elite, toda orgulhosa, com cinco pessoas e cinco gramas de cocaína para passar a noite, só à diretoria como se dizia, no caso ai, dava um grama pra cada pessoa, é bastante cocaína, se for da boa.

Se fosse ruim, seria pouca. Mas essa era boa.

E ficamos em casa, ás vezes batucando, ás vezes tocando violão, ás vezes os dois, ou só conversando, nossa, e pra conversar!

Um queria falar mais do que o outro, as bocas não conseguiam se controlar, ficavam fazendo beicinhos, boquinha de peixe, mordendo as orelhas.

Tinha um cara que falava cada bobagem sobre um determinado assunto que eu e os outros morríamos de dar risada, mas o cara não se importava, ele queria era falar e falar, e nós também, ai era uma confusão generalizada, uma feira livre, era muito engraçado, depois de certa hora, um ou outro já começava a ficar bicho (com medo) e a querer silêncio.

Que saudades meu Deus que me deu agora, de repente, veio bem do fundo da alma como um foguete, saudades daqueles loucos, eram os meus melhores amigos, meus amigos favoritos, estou escrevendo isso e as lágrimas estão escorrendo pelo meu rosto.

Dedico a todos eles, não só essa parte da história como a história toda e todas as outras histórias que eu vier a fazer, porque se eu tenho coisas para escrever hoje em dia, inspiração e cabeça para criar é em função dá alegria que eu tive de ter vivido com eles, e que apesar das drogas sempre foi uma convivência saudável cheia de felicidade, confiança mutua, eu nunca havia sentido saudades desse jeito, e estou até surpreso me vendo no verdadeiro sentido da palavra no meio de uma enorme saudade. Chega por hoje! Acabou a inspiração. Caramba! Que saudades que me deu deles!

 

Capitulo: 15

 

@@@@@@@@@@@@

 

CARA DE PAU!

 

@@@@@@@@@@@@@@@@

 

Dia seguinte na parte da tarde indo pra esquina.

Uma voz em meus ouvidos.

- Você não tem vergonha mesmo, não, né?!

- Carolina!

-É, é a Carolina!

- Do que você está falando?

-Do que eu estou falando?! Você ainda pergunta? Cara de pau! Estou falando sobre sua noitada carregada de drogas com aquele bando de viciados!

- Olha lá, vê como fala, são meus amigos.

- Amigos? Amigos de drogas?

- É, e daí eu também sou igual a eles sem tirar nem por.

-Eduardo você sabe que tem problemas com espíritos e tem mediunidade, você sabe que ficar bebendo, cheirando cocaína só agrava o seu problema, você não sabe, mas são eles que ficam induzindo você a usar drogas.

-Bom, então eu não tenho culpa e além do mais você some e não me fala nada, me deixa a Deus dará com os espíritos e agora aparece me dando bronca toda preocupada! Durante a noite quando eu estou no maior sufoco cercado de espíritos ruins, eu não vejo você preocupada, não vejo você lá espantando eles.

-Você não vê, mas eu estou lá!

-Ah! Que piada! Lá onde? Você então, talvez seja aquela sombra cinza que fica balançando a minha cama, talvez você pertença ao lado do mal e eu inocentemente fico acreditando que você é um espírito de luz cheio de boas intenções comigo.

-Eduardo você não sabe nem o que você está falando! Essas drogas junto com esses obsessores se você não tomar cuidado vão levar você a loucura.

-E o que é que você quer que eu faça?A única suposta amiga que eu tenho contato do outro mundo desaparece quando mais eu estou precisando dela, some de uma hora pra outra por causa de uma brincadeira sem maiores consequências.

-Olha Eduardo, tudo bem, procure não usar droga hoje e nem beber que á noite eu vou à sua casa e ai nós conversamos com mais calma.

-Conversar aonde? Você sabe que a minha mãe está de olho em mim! E ela e minha irmã chegaram hoje umas onze horas da manhã de viagem.

-Não se incomode com isso, eu vou até á sua cama e mentalmente bem calminhos nós conversaremos até o amanhecer, que nem você faz com os seus amigos.

-Agora já melhorou, então está bem, já estou voltando pra casa, estarei esperando e não demore se não eu fico nervoso, acho que você não vem mais e vou pra rua tomar um drink.

-Você não é nem louco de fazer isso Eduardo, ai eu sumo pra sempre.

- Demora exageradamente pra você ver se eu não faço.

- Tá bom vai Eduardo, tudo bem, até a noite.

- Até a noite Carolina de um beijo na Beatriz.

 

 Capitulo: 16

 

@@@@@@@@@@@@@@@@@@

 

DE NOITE SENTADOS NA CAMA

 

UM BATE PAPO LEGAL E UM ALERTA

 

@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@

 

Quando foi uma hora da manhã eu já estava deitado na cama de shorts e sem camisa, pois fazia calor, ai sinto um ar agradável tomar conta do ambiente.

- Oi, até que você não demorou.

- Oi, como vai Eduardo, mais calmo?

- Eu estou sempre calmo, ás pessoas dá terra e do céu é que ás vezes tiram o meu tradicional bom humor.

- É, ás pessoas e as drogas.

- Tudo bem vai Carolina e a Beatriz?

- Ficou em casa á essa hora ela já está dormindo.

- Vem aqui vem Carolina deita do meu lado.

- Não, você não merece.

- Aaaaaaa. Deita vai!

- Não, nada disso. Estou muito bem aqui sentada.

- Então eu vou sentar também, quero ficar bem pertinho de você sentindo essa sua energia maravilhosa e ficar olhando pra esse rosto que até no escuro da pra ver a beleza que ele é.

- Olha que eu acredito heim! Seu mentiroso.

-Você sabe que é verdade, me fala uma coisa Carolina, os caras lá no céu não vivem voando atrás de você não?

-Ai, Eduardo como você é!

-Vivem ou não vivem, hem? Fala sua diabinha!

-Lá esse tipo de assunto é muito mais complicado do que aqui Eduardo, mas deixa isso pra lá um dia você verá com seus próprios olhos.

-Sabe o que é Carolina, é que eu fico morrendo de raiva só de pensar que você tem alguém lá no céu te esperando, me enlouqueço de ciúme.

-Aaaa, que palhaçada Eduardo, uma, que eu não acredito no seu ciúme, outra, não existe esse tipo de sentimento lá no paraíso, essas paixões ai, são até pecado sabia?

-Porque você não acredita no meu ciúme, pensa que é mentira? Pois fique sabendo que eu não minto sobre esses assuntos do coração. E porque que é pecado?

-Deixa isso pra lá Eduardo. Quero falar uma coisa, eu estou preocupada com você.

-Preocupada por quê?

-Esses seus problemas espirituais Eduardo, esses obsessores, eu fico com medo que isso possa piorar.

-Nem me fale uma coisa dessas Carolina, por que você está dizendo isso?

-Não sei Eduardo, mas eu estou pressentindo que esse seu problema ainda vai longe, por isso Eduardo é que eu falo pra você largar essa vida que você anda levando. Não é porque eu quero ser chata, é porque eu sei que você precisa fazer isso, nós do mundo dos espíritos vemos melhor as coisas.

-Tudo bem Carolina, olha, me desculpe se eu fui estúpido com você, eu sei que você tem razão, essas drogas mais esses obsessores têm deixado meus nervos um pouco descontrolados, e eu Carolina detesto me ver desse jeito.

-Tudo bem Eduardo, você já tendo consciência disso já é uma grande coisa, agora eu preciso ir, tchau!

-Espera Carolina, espera! Não vá embora assim! Espera! Espera! Oh! Que menina!

 

Capitulo: 17

 

@@@@@@@@@@@@@@@@

 

UMA VOZ ATERRORIZANTE

 

@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@

 

Estava andando, voltando da casa de uma amiga quando de repente me deu uma enorme vontade de me jogar em baixo de um carro, eu estava na Avenida Paes de Barros, uma das principais avenidas do bairro que ficava a uns dez minutos da minha casa.

Eu inconformado, atrapalhado, não sabia o que estava acontecendo e para piorar escuto uma voz aterrorizante nos meus ouvidos:

Pula porco, pula em baixo do carro, você vai morrer!

Fiquei desesperado e sai correndo desviando dos carros e uma caminhonete branca quase me atropela, entrei em uma rua próxima chamada Ezequiel Ramos.

Na calçada tinha um muro baixo encostado na parede, era um jardinzinho, parei e sentei para me repor do susto, estava me sentindo meio zonzo e com enjoo de estomago.

Quando olhei para cima novamente, em direção a Paes de Barros, uma caixa de papelão veio andando sozinha, arrastando-se pelo chão, quando chegou perto de mim pulou em minha cabeça, senti um forte dor, sai correndo novamente quase não enxergando nada, pedindo para Deus me ajudar.

-Eduardo! Eduardo! Escuto me chamar, para Eduardo! Para! Era a voz da Carolina, calma, disse ela em meu ouvido, ele já foi embora.

Senti algo escorrendo na minha cabeça, quando coloquei o dedo senti que era sangue, Carolina estava ao meu lado, já podia vê-la, isso me deixou mais tranquilo, eu disse a ela:

-Vamos olhar naquela caixa, subimos de volta, dentro dela havia uma pedra enorme. Olha só Carolina, quiseram me matar mesmo, agora ficou claro.

- É Eduardo a coisa está ficando feia.

- Desde que hora você viu?

-Eu estava procurando você para conversar e fui até a sua casa e, como você não estava resolvi dar uma volta, sobrevoar a Mooca para ver se te encontrava, foi quando notei uma sombra escura, um cara voando rasteiro pela avenida, olhei mais pra frente e vi você, ele falou alguma coisa?

-Só mandou que eu me jogasse em baixo do carro e me xingou de porco, nada de mais. Veado!

- Eu vi que ele ficou colado em você.

- Como ele é Carolina?

- Ele? É melhor você não saber.

- Mas eu quero saber caramba!

- Tá bom Eduardo, ele é horrível, a cara dele é repugnante, ele tem a cara da alma dele, e pode se transformar nas aparências mais diversas, mais medonhas que você possa imaginar, e pelo o que ele fez hoje, não duvido que ele Eduardo venha utilizar esses artifícios contra você.

-E o que é que eu faço Carolina?

-Por enquanto você deve se afastar um pouco das ruas, parar de beber, parar de cheirar essas drogas Eduardo, porque isso é tudo que ele precisa para manipular você, fazer com que cometa loucuras.

-Sabe Carolina, antes de acontecer de ele falar comigo, eu estava morrendo de vontade de pular na frente de um carro.

- Pra você ver como ele é perigoso.

-Vamos, eu vou com você até sua casa.

-Ainda bem que você foi me procurar, vai ver que foi por isso que ele foi embora e ele deve ter visto você.

-Talvez. Eduardo pega a Bíblia, ou o Evangelho Segundo o Espiritismo e fique lendo, vai lhe fazer bem e atrai os bons espíritos, enquanto isso eu vou pensar em algo para nós combatermos esse mal.

Chegamos e paramos no portão de ferro azul da entrada de casa, Carolina, invisível logicamente, estava de pé na minha frente só eu a via, e as pessoas passavam e me viam falando sozinho, mas naquele momento eu não estava nem ai pra nada.

-Tudo bem Carolina, muito obrigado, se não fosse você eu estaria perdido, vai entrar?

-Não posso estão me chamando, não precisa agradecer, para mim é um prazer poder ajudá-lo, tchau Eduardo fique atento.

-Tchau, Carolina, um beijo.

 

Capitulo: 18

 

@@@@@@@@

 

TERROR

 

@@@@@@@@@@@@

 

UM HOMEM SEM LUZ

@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@

 

Abri o portão e entrei, subi os dezoito degraus que me levavam até o quintal, era um corredor comprido, tinha a janela da sala, e quando eu passava por ela havia um muro de um metro de altura, quando ele acabava, eu virava à direita e entrava em outro quintal que era quadrado, em que ficava a porta da cozinha, à esquerda.

Entrei, tomei um copo com água e fui olhar a minha cabeça no espelho, o sangue havia parado e só havia um pequeno corte, se a pedra não tivesse dentro da caixa de papelão teria feito um grande estrago na minha cabeça.

Estava me sentindo sujo, tomei um banho, liguei a televisão e deitei no sofá, eram umas três horas da tarde e não havia ninguém em casa, minha irmã tinha ido trabalhar e minha mãe estava na casa de uma de suas irmãs na Mooca mesmo.

Fiquei com a cabeça no travesseiro olhando para a televisão e lembrando do acontecido, parecia que aquilo tinha sido um pesadelo, que na realidade jamais uma coisa dessas acontece, que eu tinha delirado, sei lá, mas havia um ferimento na minha cabeça que eu de leve encostava o dedo e constatava a veracidade do fato.

Um sono veio vindo, eu não prestava a menor atenção no que passava na televisão, de repente escuto um barulho forte na cozinha, pulei do sofá e fui olhar, e vi que a porta que eu tinha deixado aberta estava fechada.

Voltei para o sofá, rezei e pensei na Carolina, acendi um cigarro, coloquei o cinzeiro em cima da barriga e continuei olhando pra televisão, nisso, um pequeno barulho de cadeira se arrastando na cozinha me deixa em estado de alerta.

E o pequeno barulho foi aumentando até que ele ficou bem grandão, e elas começaram a cair, uma voou da cozinha e bateu no meio da porta da sala, pulei do sofá, não sabia o que fazer, havia outra porta na sala que dava para a escada do quintal, só que a chave não estava na porta, e numa rápida olhada não consegui vê-la.

Voltei meus olhos para a outra porta da sala que dava na cozinha e comecei a ver uma sombra entrar definitivamente na sala, e uma energia negativa, um ar pesado começou a tomar conta da casa.

O vulto de um homem começou a ficar visível, fiquei estático, paralisado de medo, enquanto aquele homem sem luz caminhava lentamente em minha direção.

Quando estava a um metro de mim sua aparência ficou completamente horrível, era bem alto, tinha um físico enorme, e ele me disse com uma voz que eu não gosto nem de lembrar:

-Como vai desgraçado? Finalmente encontrei você, você não sabe como eu estou feliz com isso, enfim a minha procura terminou puta que pariu! Que alegria infernal!!!!!

-Que procura? Eu não entendo o que você quer de mim?

Disse morrendo de medo, de pé, encostado com as batatas das pernas no sofá.

-O que eu quero de você? Eu quero que você morra! E depois quero levar você pra passear filho da puta! Mas antes que isso aconteça, vou lhe infernizar e vou lhe matar só quando eu conseguir deixar você louco, Aháháháháhá.

Com uma rapidez incrível ele voou pra cima de mim, não deu nem tempo de gritar, ele passou pelo meu corpo, pelo sofá, pela janela da sala e sumiu.

 

@@@@@@@@@@@@@@@@@@@

 

MEDO, CHORO, ANGUSTIA E DEPRESSÃO.

 

@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@

 

Fiquei por alguns segundos sem saber o que fazer, e sentado no sofá sem me mexer abaixei a cabeça e fui tomado por uma sensação sombria, por um grande medo, por choro, por angustia e depressão.

Deitei de barriga pra baixo e continuei a chorar um choro profundo.

Eduardo! Eduardo! É a Carolina. Sento e já sinto na casa aquele ar maravilhoso, e ela está linda, parada no meio da sala com o rosto triste, a minha vontade foi correr em direção a ela e dar um forte abraço se desse para abraça - lá e continuar a chorar.

-Sinto muito Eduardo, disse, aproximando-se, eu sozinha não consigo fazer nada, ele é muito forte.

-Meu Deus do céu! Por que ele está atrás de mim? Disse que sua procura havia terminado! Que quer que eu morra! Que vai me enlouquecer! Me xingou de filho da puta!

- Calma Eduardo! Calma! A gente vai dar um jeito.

-Como vai dar um jeito Carolina! Você não acabou de me dizer que ele é muito forte, que sozinha...

- Isso mesmo Eduardo, sozinha eu não consigo, mas nós dois não estamos sozinhos.

- Jura Carolina?

- Você não confia em mim, hem, não confia na sua Carolina?

-Claro que eu confio, foi horrível Carolina, ele é feio como você disse, por acaso você viu?

-Vi Eduardo, eu nem cheguei a ir embora, estava indo quando senti uma coisa ruim, olhei para trás e o vi junto com alguns comparsas entrando na sua casa.

Havia cinco, entraram voando pelo telhado da cozinha e quando eu fui me aproximar á energia estava tão ruim, mas tão ruim, que era como se tivesse uma barreira que não me deixava passar.

-E agora Carolina? O que eu faço?

-Continue fazendo o que eu lhe pedi, reze bastante, saia das ruas, fuja das drogas do álcool.

-Já parei com isso Carolina, depois desses acontecimentos não quero mais saber de droga.

-Acho bom mesmo, porque além de só piorar as coisas você deixa muita gente chateada tanto aqui na terra, quanto no céu.

-É e quem é essa gente que eu deixo chateada no céu?

-Bom, além dos seus parentes que já se foram, muitos espíritos que gostam de você, que sabem que você é uma boa pessoa, seu anjo da guarda que por sinal tem tido muito trabalho ultimamente.

-E ele Carolina, onde estava nessa hora que eu mais precisava dele?

-Ele ficou bem ao seu lado, só que recebeu ordem de seus superiores para sair de dentro da casa, falando nisso Eduardo, eu também estou recebendo ordens para ir embora.

-Fica mais um pouco Carolina!

-Não posso, são ordens, e ordens são ordens, mas não fique com medo Eduardo, de hoje em diante nossas mentes ficarão mais ligadas ainda, se precisar, é só chamar TCHAU!

-Tchau! Não fica com medo... Não fica com medo... Até parece.

Falei comigo mesmo